
A cidade de Balsas, no sul do Maranhão, é novamente palco de um dos maiores encontros do agronegócio nas regiões Norte e Nordeste do Brasil. A 21ª edição do Agrobalsas vai até sexta-feira, com uma programação intensa que une tecnologia, sustentabilidade, pesquisa científica e protagonismo do produtor rural. Com o tema “Construindo Pontes”, a feira reforça o papel estratégico do cerrado nordestino como parte fundamental do celeiro agrícola brasileiro.
Desde a primeira edição, em 2000, o evento tem sido organizado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Corredor de Exportação Norte (Fapcen). A superintendente da fundação, Gisela Introvini, destaca que a proposta deste ano é fazer uma reflexão profunda sobre o passado, o presente e o futuro da produção agropecuária na região. “Não é fácil abrir áreas e produzir alimento nos cerrados nordestinos. Aqui é terra de coragem, ousadia e resiliência”, afirma.
A abertura da feira foi marcada por uma mesa de debates que reuniu representantes do Ministério da Agricultura, do governo estadual, da prefeitura e de produtores rurais. A ideia foi colocar em pauta as conexões necessárias para enfrentar desafios comuns, como os riscos agropecuários, as mudanças climáticas, as desigualdades sociais e a necessidade de ampliar a segurança alimentar com responsabilidade ambiental.
À tarde, uma solenidade com autoridades marcou oficialmente a abertura do evento, relembrando a trajetória de mais de duas décadas do Agrobalsas. De lá para cá, a feira cresceu em estrutura e em importância, tornando-se referência nacional.
Tecnologia e sustentabilidade
Um dos destaques da edição de 2025 são as vitrines tecnológicas com cultivares desenvolvidas pela Embrapa, voltadas para diferentes perfis de produtores – desde comunidades tradicionais até grandes empresas. A programação também inclui palestras com pesquisadores, visitas de escolas públicas e privadas, participação de universidades e ações em parceria com o sistema judiciário.
A agenda contempla temas como pagamento por serviços ambientais e demonstrações de como o carbono estocado no solo pode superar, em alguns casos, os níveis encontrados em áreas de mata nativa. Um dos destaques é a participação do cientista João Carlos Sá, que apresentará dados inéditos sobre o armazenamento de carbono em áreas produtivas.
“É uma criação do núcleo de Balsas que pode inspirar outras regiões do país. Iniciamos no Nordeste um movimento para valorizar o que o agro faz de melhor”, explica Gisela. O projeto tem potencial para fortalecer práticas sustentáveis e ampliar a geração de renda com responsabilidade ambiental.
Além disso, a feira promove o reconhecimento de iniciativas premiadas, como a produção de soja sustentável da região, que já conquistou destaque nacional. Esses exemplos mostram como é possível produzir com eficiência e compromisso ambiental da porteira para dentro.
Uma ponte para o futuro do agro brasileiro
A edição de 2025 consolida a missão da Fapcen de conectar diferentes mundos – pesquisa, produção, mercado, educação e sociedade – em torno de um mesmo objetivo: construir um agro cada vez mais sustentável, produtivo e valorizado. “Desde a primeira edição, estamos olhando para o futuro com base no que somos e no que fazemos”, resume Gisela.
A proposta é clara: gerar conhecimento, valorizar a produção rural e ampliar o diálogo sobre os caminhos possíveis para um Brasil que une conservação ambiental, segurança alimentar e desenvolvimento regional. No Agrobalsas, esses temas deixam de ser conceitos e se tornam realidade vivida por milhares de pessoas.
A cobertura completa do evento você confere durante esta semana no Planeta Campo, que traz entrevistas, bastidores, tendências e as principais discussões realizadas no evento.